de comunicação são divididos em documentos publicados e documentos não publicados. Por
fim, os canais tabulares comunicam dados técnicos e científicos. É por meio deles que os dados
são apresentados em forma de tabelas, ao contrário do fluxo linear do texto falado ou escrito,
como afirma o autor.
Dentre os modelos de comunicação, há o proposto por Björk (2007), que também divide
o processo de comunicação científica em uma parte informal e uma formal. No modelo, é
adotada uma visão mais funcional, onde os estágios antes da publicação formal (documentos de
trabalho, disponibilização de preprints etc.) são agrupados com a publicação formal tradicional.
O diagrama elaborado pelo autor leva em consideração o fato de que os cientistas não apenas
publicam documentos textuais, mas também dados e modelos.
Dentre os modelos citados, observa-se a presença do artigo de periódico científico como
um canal de comunicação dos resultados de pesquisa. Na literatura acerca do tema, discute-se
sobre a importância dos artigos de periódico como um dos principais meios para a disseminação
de informações científicas (MEADOWS, 1999; MUELLER, 2000; MUELLER; PASSOS, 2000;
PINTO; COSTA, 2018; TENOPIR; KING, 2001).
Os primeiros periódicos científicos de que se tem notícia são o Journal de Sçavans,
fundado pelo francês Denis de Sallo, primeiro fascículo foi publicado em 5 de janeiro de 1665; e
Philosophical Transactions of the Royal Society, que surgiu em Londres, este dedicado
exclusivamente ao registro das experiências científicas, publicado em menos de três meses após
o Journal de Sçavans (MUELLER, 2000, p. 74).
O periódico científico se consolidou como um meio de comunicação científica. Por isso, tem
como funções: garantir a memória da ciência, apontar o grau de evolução da ciência, estabelecer
a propriedade intelectual, legitimar novos campos de estudos e disciplinas, constituir-se como
fonte para o início de novas pesquisas e entre outras (BIOJONE, 2003; MARCHIORI; ADAMI,
2005; MEADOWS, 1999; STUMPF, 1996).
Como a tecnologia modificou os meios de comunicação científica, consequentemente os
periódicos também foram impactados. O desenvolvimento muito rápido da Internet e, em
particular, dos serviços disponíveis na rede desde 1994, modificaram profundamente o acesso à
informação, inclusive os periódicos. Esse meio de comunicação formal, passou pela migração
para o suporte eletrônico, o que modificou tanto o mercado editorial da comunicação científica
como as estratégias de visibilidade do conhecimento (WEITZEL, 2015). Em consequência, os
artigos de periódicos também se modificaram, de acordo com Meadows (1999), tais mudanças
ocorreram, pois, era necessário melhorar a eficiência na comunicação entre pesquisadores de
comunidades que cresceram e se tornaram mais complexas.
Para Morrison (2012), em sua tese de doutorado, as editoras comerciais possuem uma
receita lucrativa. No estudo, o autor apresenta dois fatos, primeiro é rentabilidade da
comercialização de periódicos científicos e; o segundo, é que o mercado tem se mostrado em
crescimento, apesar das alternativas propostas pelo Movimento de Acesso Aberto. Ainda
segundo ao autor, as editoras comerciais alcançaram altas taxas de lucro, entre 32% e 42%, que
crescem ao longo dos anos, entre 3% e 13%. Para Costa (2017, p 28), a lucratividade da
comercialização da comunicação científica foi um ponto fortemente questionado no início dos
anos 2000, nas articulações do Movimento de Acesso Aberto, que propõe uma alternativa a esse
modelo.
Os princípios que sustentam a ideia da ciência aberta de acordo com Boulton (2013) são
os mesmos que serviram de base para as revoluções científicas dos séculos XVIII e XIX, porque,