No ambiente laboral a competência em informação ganha corpo e espaço, porque o
trabalho do presente e do futuro demanda um novo tipo de trabalhador, que tem que saber acessar,
administrar e usar grande quantidade de informação que lhe é disponibilizada por meio de vários
canais, como telefone, internet, e-mail, televisão e em variados formatos, como vídeo, CD-Roms
e textos impressos e eletrônicos (COELHO, 2011).
Esta ideia já era compartilhada por certos estudos realizados por alguns autores que
apontam, dentre outras, as tecnologias digitais de informação e comunicação como componente
fundamental na competência em informacional do bibliotecário. É o caso da SLA (1996), uma
organização de bibliotecários especializados e orientados à mudança. Em seu estudo sobre as
competências e as habilidades que os bibliotecários devem apresentar para trabalhar no momento
atual – em que as transformações sociais e tecnológicas acontecem muito rapidamente e no futuro
– apontou que os futuros bibliotecários do século 21 devem possuir conhecimento profundo em
recursos informacionais impressos e eletrônicos e a capacidade de desenvolver e administrar
serviços de informação que atendam as necessidades de grupos de usuários. Silva et al. (2005, p.
34) colocam que a competência em informação é interpretada como mais uma de várias
competências, mas é descrita também como a competência mais essencial para o século XXI e
está, atualmente, intrinsecamente associada com práticas de informação e o pensamento crítico,
no ambiente das tecnologias de informação e comunicação.
Por outro lado, enfatizava a necessidade da competência em tecnologias, quando defendia
que o bibliotecário também deve procurar ser um conhecedor de aplicações tecnológicas para
trabalhar com outros membros da equipe de gestão da informação em igualdade de condições,
além de aprender a especificar e avaliar sistemas de acesso à informação que sejam adequados às
necessidades de seus usuários. Isto é, saber usar a tecnologia eletrônica da informação para
adquirir, organizar e disseminar informação (SLA, 1996).
Na mesma linha, o Conselho Europeu das Associações de Informação e Documentação
(2005), uma organização de bibliotecários da Europa, coloca que os técnicos em informação
devem possuir para atuar na sociedade da informação competências em informação, tecnológicas,
administrativas e as habilidades, referindo que as tecnologias compreendem domínios de
competências que não têm em comum apenas assegurar uma função essencial, mas utilizar os
mesmos instrumentos materiais e intelectuais mediados pelas tecnologias emergentes.
Para tal, Miranda (2004) defende que o indivíduo no seu processo de trabalho tem que ter
a informação pertinente, específica, selecionada, personalizada de acordo com as solicitações ou
a demanda com vista a desempenhar a sua atividade com a devida competência, para não
comprometer a competência do utilizador.
Segundo os autores Campello e Abreu (2005) complementam ao argumentarem que para
ser capaz de construir uma nova forma de estar e de contribuir para a educação de pessoas
competentes em informação, o próprio bibliotecário deve ser competente em informação e
dominar as habilidades necessárias para realizar o processo de pesquisa adequadamente.
A sociedade da informação exige profissionais cada vez mais qualificados, com
habilidades para tomar decisões, também exige que o profissional tenha capacidade para trabalhar
em equipe, em rede, em parceria, compartilhando informações tanto dentro da instituição em todos
os níveis do sistema, bem como de fora para dentro, contribuindo ativamente para o aumento do
fluxo, da disseminação de informações e na eficiência do ciclo de produção da informação. Esta
posição é colaborada por Valentim (2000, p. 18) ao defender que