A biblioteca pública e os domínios da memória, da mediação e da identidade social
Resumo
Como resultado de pesquisa bibliográfica o texto aborda brevemente o percurso histórico da biblioteca enquanto espaço social de cultura, buscando evidenciar os contextos que fizeram emergir três paradigmas que nortearam o trabalho da biblioteca: da conservação, difusão e apropriação cultural. Tais paradigmas definiram as funções da biblioteca pública. Entretanto, o paradigma da apropriação cultural foi promotor de uma consciência mais clara quanto ao lugar relevante da mediação da informação. Ao posicionar a apropriação cultural na centralidade da missão desse ambiente social, os comportamentos e necessidades dos seus usuários conquistaram o status de objeto de atenção para o desenvolvimento do trabalho com a informação, tornando mais evidente a condição da biblioteca enquanto espaço de mediação cultural. Esse debate aponta a urgência de ressignificação das atividades e práticas culturais desenvolvidas pela biblioteca, como também de suas práticas gestoras, de modo a assegurar uma perspectiva dialógica do seu trabalho, necessária ao processo de mediação e apropriação da informação. Conclui-se que a constituição e preservação da memória foram elementos determinantes do aparecimento da biblioteca, enquanto o “olhar” para os comportamentos e necessidades dos usuários foi determinante dos debates acerca da mediação e apropriação da informação. Na atualidade a biblioteca pública é convocada a atuar tanto no domínio da memória, quanto da mediação e da identidade social, desenvolvendo ações orientadas por esses três paradigmas que circunscreveram sua própria existência. Transitar pelos paradigmas da conservação, da difusão da apropriação cultural é o desafio a ser enfrentado pela biblioteca pública no cumprimento de sua missão social.
Palavras-chave: Biblioteca pública. Mediação da informação. Memória. Identidade social. Apropriação cultural.
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