Apropriação da cultura escrita e sociedades plurais: entre o uso instrumental e a experiência essencial
Resumo
A leitura já foi definida como ato de decifração de um texto. Essa definição, entretanto, é bastante restrita e seria mais correto compreender leitura como já o faziam Barker e Escarpit (1975), quando esta aparece como “um ato completo de comunicação”. No Brasil, a partir dos Anos de 1950, Paulo Freire também já relacionava as noções de leitura e contexto – “palavra” e “mundo” – revelando como estas caminham invariavelmente juntas, imprimindo aspectos objetivos e subjetivos, sociais e individuais à apropriação dos signos de que os textos são os portadores. Os estudos desses autores, dentre outros, nos mostram que a leitura é prática individual e social indissociável e, enquanto tal, as categorias dos textos, dos leitores e dos contextos se conjugam, se articulam, se combinam, se contradizem, em um movimento rico e complexo que abordagens mais comuns e simplistas da leitura não conseguem vislumbrar. Ao pensarmos nos processos de apropriação da leitura e da escrita na chamada “Sociedade da Informação”, quais caminhos têm sido ou a serem trilhados? Abordaremos os conceitos de letramento “progressista liberal” e “radical “revolucionário” da pesquisadora Magda Soares (1998), procurando apresentar dimensões essenciais nos processos de mediação e apropriação da cultura escrita respeitando as singularidades dos sujeitos, seus usos e sentidos, nem sempre contemplados nos estudos que envolvem as adaptações informacionais na contemporaneidade.
Palavras-chave: Letramento.Competência.Apropriação.Mediação. Negociação. Link: http://abecin.org.br/portalderevistas/index.php/rebecin/article/view/68/pdf