Aspectos ontológicos e epistêmicos em terminologias clínicas: em busca de interoperabilidade semântica no ambiente clínico
Resumo
Objetivo: A melhoria no atendimento continuado a uma grande população em hospitais e postos de saúde é um desafio para a sociedade brasileira. Um dos problemas que profissionais de saúde não podem resolver sozinhos é a dificuldade de integração entre os diversos registros médicos para o mesmo paciente, dispersos em diferentes sistemas, espalhados por diferentes regiões geográficas e temporais. O presente artigo investiga a ambiguidade inerente às terminologias clínicas – especificamente a Classificação Internacional de Doenças (CID) e a Systematized Nomenclature of Medicine-Clinical Terms (SNOMED CT) – a qual impacta na possibilidade de interoperabilidade semântica entre prontuários eletrônicos de pacientes. Método: Como solução, estuda-se como “ancorar” termos representativos de entidades médicas com semântica pouco
definida a recursos ontológicos semanticamente bem definidos. Resultado: O duplo processo de ancoragem, o qual consiste em conectar terminologias a ontologias bem fundamentadas, bem como privilegiar termos atômicos, foi criado para reduzir a ambiguidade dos termos e expressões, de forma a mitigar a falta de interoperabilidade semântica entre sistemas de informação. Conclusão: A interoperabilidade é uma questão sem solução trivial. A ancoragem proposta é uma possibilidade para fomentar a integração de sistemas em função da conexão com recursos construídos de acordo com as melhores práticas. Espera-se que essa pesquisa promova avanços para os sistemas de informação usados em unidades de saúde e, em última instância, para o atendimento e o cuidado continuado ao cidadão, através de técnicas da Ciência da
Informação.
Palavras-chave: Terminologia Clínica. Ontologia. Epistemologia. Interoperabilidade Semântica. Prontuário Eletrônico do paciente.
Link: https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/1518-2924.2019.e57996/39968