Museus e justiça de transição no contexto brasileiro: memória e informação na construção de espaços de representação do trauma
Resumo
Por todo o globo, acontecimentos como o Holocausto, o Apartheid, o Onze de Setembro, e os períodos ditatoriais na América Latina, têm gerado uma obrigação de se prestar contas ao passado, principalmente através de uma necessidade de marcar a época com a criação de lugares de memória. O surgimento de museus e memoriais que lidam com as memórias da repressão e resistência nos contextos ditatoriais dos países latino americanos do Cone Sul acompanha este contexto global em que se observa a criação de um número crescente de instituições de informação e memória que adotam as causas locais com relação aos direitos humanos como questão principal de sua missão institucional. O presente ensaio objetiva analisar o surgimento de instituições museais em contextos de justiça transicional com foco por sobre a realidade
brasileira. São delineados alguns dos aspectos centrais que envolvem o estabelecimento destas instituições, bem como algumas das problemáticas implicadas. Nesta direção, traz um panorama e apresenta algumas destas iniciativas em âmbito nacional. É observado que no que tange o contexto brasileiro, as medidas que caracterizam o campo da justiça transicional possuem estágios diferenciados de implementação em cada uma de suas dimensões e, de maneira geral, diferentes autores reconhecem que muitas medidas são
consideradas tardias em relação a outros países da América Latina.
Palavras-chave: Memória. Informação. Museu. Justiça de Transição. Brasil.
Link: https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/81870/52403