Os almanaques e a circulação social dos objetos culturais: bibliografias, coleções, rastros de leitura
Resumo
Almanaques são pequenas ou grandes brochuras, escritos populares de tempo secular, publicados desde o século XV, na Europa, produzidos e difundidos com múltiplos propósitos, dentre eles o de circular informações úteis, manter e renovar tradições culturais, relatar os eventos e personagens do seu tempo. São considerados como a versão mais completa dos anuários e calendários e conservam uma relação especial com a passagem do tempo. Cada país tem uma história de almanaques. No Brasil os de maior circulação foram os almanaques de farmácia, dentre eles o do Biotônico Fontoura. Eram publicados pelos laboratórios farmacêuticos e distribuídos pelas farmácias. E o Lunário Perpétuo, este de grande difusão e uso no Nordeste do país, principalmente pelas mãos de poetas, artistas populares, cantantes, emboladores que nele buscavam inspiração. No entanto, e apesar de seu significado social, cultural e informacional em cada época, esses livretos quase se perderam, sobretudo no Brasil, restando poucas coleções dispersas. O intento desse artigo é o de refletir sobre o modo de existência desses objetos culturais, com foco na sua circulação social, nas estratégias editoriais empregadas pelos seus produtores, além dos seus rastros de leitura e permanência. Para tanto, recorre-se a algumas bibliografias e a uma coleção particular, de modo a alcançar uma compreensão sobre a dimensão documentária dos almanaques.
Palavras-chave: Almanaque. Bibliografia. Coleção. Informação. Leitura.
Link: https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/92432