Mulheres negras não foram feitas para carregar livros: tensionamento e resposta social em rede na feira Pan-amazônica do livro no Pará
Resumo
Este trabalho analisa a repercussão social do cartaz do “Salão do Livro da Região Sul e Sudeste do Pará”, evento da Feira Pan-Amazônica do Livro de 2018, para compreender como o processo de resposta social (BRAGA, 2006) impôs uma mudança institucional por parte da Secretaria de Cultura do Estado. O país homenageado foi a Colômbia e a peça de divulgação destacava uma mulher negra carregando livros na cabeça, representação das palenqueras. O fato gerou repercussão nas redes sociais e na mídia local e nacional. Os protestos voltaram-se contra a reiteração de uma imagem que inferioriza as mulheres negras, reproduzindo colonialidades de gênero, poder e saber. O corpuscompõe-se de postagens no Facebooke de matérias jornalísticas veiculadas em abril de 2018. Duas técnicas metodológicas foram usadas: a netnografia (RECUERO, 2012; KOZINETS, 2014) e a aplicação de um questionário online, por meio do Facebook e Whatsapp.
Palavras-chave: Feira Pan-Amazônica do Livro do Pará. Resposta Social. Ativismo Digital. Racismo Institucional. Colonialidade.
Link: http://revista.ibict.br/fiinf/article/view/4848