O percurso metodológico de uma pesquisa no ambiente prisional na área de Ciência da Informação
limites e potencialidades da Etnografia
Resumo
A etnografia é uma abordagem metodológica essencial para compreender as demandas sociais do campo da Ciência da Informação e pode ser utilizada em diversos ambientes, dentre eles, na prisão. O objetivo deste artigo é expor o percurso metodológico que trilhei no interior da prisão ao realizar pesquisa de campo para o desenvolvimento da tese “Informação encarcerada: o jovem da ‘geração internet’ e a mediação e apropriação dos dispositivos informacionais no interior da prisão” utilizando a etnografia como metodologia de pesquisa qualitativa dentro do escopo da Ciência da Informação (CI). Neste artigo, apresento alguns conceitos e reflexões acerca das potencialidades e dos limites desta metodologia e relato os caminhos que percorri para coletar os dados, detalhando como foi a escolha do universo, a aplicação dos instrumentos de pesquisa, os questionamentos que surgiram ao longo do estudo, a seleção dos sujeitos e os desafios para realizar a pesquisa. A descrição do percurso metodológico apresenta ao leitor as possibilidades de utilização da etnografia, tanto na prisão quanto nos demais ambientes que despertem o interesse da área. No caso específico da prisão, o uso da etnografia foi bastante significativo, revelando-se flexível, dotado de mecanismos de registro e apreensão das subjetividades, capaz de fazer um mergulho interpretativo no universo de pesquisa. Além disso, esta metodologia proporciona uma constante renovação do olhar acerca da episteme da área e de suas formas de atuação social.
Palavras-chave: Etnografia. Metodologia. Biblioteca Prisional. Dispositivos e Ciência da Informação.
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